30 de agosto de 2011

Classico do mês (Agosto): Ford Corcel GT

Um ano depois do lançamento do compacto Corcel, em 1969, a Ford percebeu a oportunidade de ampliar a família e se aproximar do público que sonhava com mais esportividade. Sonhar é um termo bastante adequado, pois a versão GT muito mais sugeria que propriamente entregava, em termos de desempenho. Carburador Solex de corpo duplo, válvulas maiores, novos coletores de admissão e escape elevavam a potência do quatro-cilindros e 1,3 litro de 68 para 80 cv. Não é nada, não é nada, eram 12 cavalinhos de reforço para aumentar o ânimo da tropa.

O GT diferia dos demais cupês da linha Corcel por ter faixa negra na grade, capô, laterais e traseira, faróis de milha e bancos reclináveis. Vinha com teto de vinil e painel completo. O volante era o do Willys Itamaraty, mas com um aro da buzina imitando madeira e distintivo GT. A cor do estofamento variava com a cor do carro – preto, marrom-claro ou vermelho. Rádio de cinco faixas, ventilador, cintos de segurança e pneus com faixa branca eram opcionais.

Com os 940 kg, o GT pesava até mais que a versão sedã. A suspensão, especialmente em trânsito urbano, mereceu adjetivos como “esplêndida” e “perfeita” de Expedito Marazzi no primeiro teste de QUATRO RODAS com o GT, em agosto de 1969. “Arranca rápido quando abre o sinal, breca fácil, tem direção macia (e firme nas altas velocidades), permitindo manobrar sem dificuldade para estacionar e enfrentar o trânsito.” Freios e nível de ruído também agradaram. Para Marazzi, ou a Ford devia chamar o carro de cupê de luxo personalizado ou devia dar-lhe um motor mais forte. Os números, 138,53 km/h de máxima e 0 a 100 km/h em 18 segundos alcançados no teste, mostravam que ele não estava de má vontade.

Para 1971, o capô do GT ganhou ressalto central com tomada de ar e era todo preto. Os faróis de milha vinham integrados à grade. As faixas laterais ficaram mais curtas e ganharam um ornamento cromado nos para-lamas traseiros, sugerindo uma saída de ar. As lanternas retangulares duplas lembravam as do Mustang. Motor mais potente, só em 1972. Com 1,4 litro e 85 cv, já fazia ultrapassagens em quarta. Em 1973, frente e traseira foram redesenhadas, assim como as faixas negras no capô liso e nas laterais. Os faróis eram mais fundos, as lanternas retangulares e o volante com raios em forma de cálice.

Comparado ao VW Passat TS e ao Chevrolet Chevette GP em agosto de 1976, o Ford ficou em segundo ao acelerar de 0 a 100 km/h em 18,62 segundos e em último na velocidade máxima, 137,9 km/h. O Passat venceu o desafi o com folga. Para 1978, o novo Corcel II GT não trouxe mudanças mecânicas radicais. Ele abriria caminho para o Escort XR3 nos anos 80. Se o Corcel GT só foi esportivo na aparência, ao menos ele foi o mais rápido ao inaugurar o segmento das versões esportivas de compactos nacionais.

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